Acabamentos 17/05/2017

Porcelanato x Cerâmica

Veja qual revestimento é melhor para o seu caso

Imagem mostra uma cozinha revestida com parte da sua parede em cerâmica.

Desde o surgimento do porcelanato no Brasil, há mais de 20 anos, ainda existem muitas dúvidas sobre a diferença entre ele e a cerâmica. A diferença básica entre os revestimentos está na tecnologia envolvida em seus processos produtivos. Apesar de a cerâmica ser um revestimento mais difundido no país, utilizado no Brasil desde a época da colonização portuguesa, ela não consegue manter o alto nível de resistência que o porcelanato possui. O processo de produção da cerâmica conta com a argila como matéria-prima principal, que passa por uma queima de 540⁰C.

Já o porcelanato enfrenta um processo mais complexo, realizado através de uma mistura entre porcelana e diversos minerais que passam por uma queima a mais de 1.200⁰C. A tecnologia envolvida permite obter um resultado mais controlado (mais homogêneo, denso e resistente) do que a cerâmica comum. Além disso, o porcelanato é um revestimento menos poroso que o cerâmico, tendo um baixo índice de absorção de água, e excelente grau de durabilidade. O resultado final torna o porcelanato um tipo de revestimento mais resistente, indicado, inclusive, para locais com grande tráfego de pessoas, como museus, salões, shopping centers, aeroportos, estações, etc.

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Apesar do porcelanato possuir maior resistência e durabilidade, ser um material com tecnologia mais avançada e permitir rejuntes menos espessos, as cerâmicas são peças muitas vezes mais charmosas e com acabamento mais interessante. Existem cerâmicas muito bonitas, que tornam o resultado estético mais relevante que as especificações técnicas do produto. Embora inferiores em relação à conservação, a cerâmica pode utilizar elementos como a cera para sua conservação, aumentando, inclusive, o charme do revestimento.

Dessa maneira, é fácil notar que um produto não chegou para substituir o outro, mas sim para se somarem, oferecendo novas possibilidades às pessoas e à construção civil. Ambos podem ser utilizados em revestimentos de paredes, prédios, pisos e até calçadas, sempre observando características importantes, como resistência, abrasão, impermeabilidade, rejunte, dentre outros.

PORCELANATO

Desde seu surgimento, na década de 1990, o piso se tornou uma sensação no mercado local, devido a aspectos como a grande homogeneidade de suas peças e cortes com acabamento superior. O porcelanato é obtido a partir de matérias-primas de grande pureza, submetidas a pressões de compactação acima da utilizada nos materiais cerâmicos convencionais, e também de tratamento térmico. Como resultado, temos um produto compacto, homogêneo, denso e totalmente vitrificado.

O porcelanato é um piso frio, com infinitos modelos e inúmeros fornecedores disponíveis no mercado. Antes de utilizar o porcelanato como revestimento, verifique sua resistência e o ambiente em que será utilizado, se é em uma área molhada ou num cômodo social.

Tipos

  • Polido: recebe polimento e camada de proteção, sendo que sua superfície é lisa e seu brilho intenso. Cria um ar mais moderno e é indiciado para áreas secas, como salas, quartos e corredores. Esse é o mais comum dos porcelanatos, uma vez que é o mais utilizado nos projetos residenciais.
  • Esmaltado: recebe camada de esmalte, podendo ter acabamento liso, áspero, brilhante ou mate. Fique atento à resistência do porcelanato, ou seja, ao seu PEI*.
  • Struturato: possui um acabamento mais forte e é ideal para áreas molhadas.
  • Natural: possui superfície mate e cria um ambiente aconchegante, além de ser muito utilizado em projetos comerciais, por ser resistente e pouco escorregadio.
  • Acetinado: possui acabamento com menos brilho e aparência acetinada. Menos cansativo aos olhos, o porcelanato acetinado é indicado para salas e quartos.

Imagem mostra os tipos de porcelanato, como polido, esmaltado, struturato, natural e acetinado.

* Porcelain Enamel Institute (PEI) é a sigla que representa o nome do Instituto que regulamentou as normas para classificação da resistência à abrasão superficial. Ela trata da resistência ao desgaste da superfície causada pelo tráfego de pessoas, contato com sujeiras abrasivas e movimentação de objetos. É o PEI que orienta onde o produto pode ser utilizado. Quanto maior o PEI mais resistente e duradouro é o esmalte do porcelanato.

CERÂMICA

O uso da cerâmica data do período neolítico, quando o homem pré-histórico já produzia cestas de vime com barro. Posteriormente, descobriu-se que o calor fazia o barro endurecer, surgindo, dessa forma, a cerâmica. Os pisos cerâmicos são conhecidos desde os romanos, mas ganharam destaque industrial nas últimas décadas, principalmente após a Revolução Industrial, que permitiu sua fabricação em grande escala e de forma mais homogênea.

Tipos

Alguns tipos de revestimento cerâmico bastante conhecidos são o ladrilho hidráulico, a terracota, as lajotas, as pastilhas ou mosaicos, as louças brancas (como azulejos, pastilhas, cerâmica sanitária, etc.), os ladrilhos, os tijolos, dentre outros.

CERÂMICA x PORCELANATO

A cerâmica tradicional é composta de uma mistura de argilas que passa pelos processos de prensagem ou de extrusão e pode ser queimada a até 1.150⁰C. Já o porcelanato é formado por materiais mais nobres (como o feldspato), queimados a temperaturas superiores a 1.200⁰C. Ele é tecnicamente superior, pois oferece elevada resistência mecânica, química e baixa porosidade (menos suscetível a manchas).

As imagens mostram a diferença entre uma sala com piso em porcelanato e piso revertido em cerâmica.

Comprando Porcelanato

Confira se o produto escolhido possui selo de qualidade A (extra), que atende todas as normas técnicas. Pode haver também uma indicação de que o produto segue a NBR 15463 ou a NBR 13818, que são as normas de qualidade. A qualidade A indica que os pisos têm tamanhos regulares e que não há defeitos na superfície. Existe a opção de uma linha conhecida como comercial (linha “C”), que possui peças com algum tipo de defeito. Elas são mais baratas, mas você terá mais perda e irregularidades na hora de instalar. Se você quer um rejunte bem fino no acabamento, lembre-se de escolher os pisos retificados, que possuem os cortes das peças bem rente. Há excelentes tipos de porcelanatos não retificados, que não possuem as bordas regulares. Para estes, o rejunte bem fino não vai funcionar.

Comprando Piso Cerâmico

A cerâmica tipo A ou ‘cerâmica de primeira linha’ é a melhor: 95% das peças não apresentam defeitos visíveis. A cerâmica tipo C ou tipo B, chamada de segunda linha por alguns fabricantes, tem defeitos visíveis, mas os fabricantes garantem que a peça é tão resistente quanto a do tipo A. Há ainda uma terceira linha, também chamada de refugo, que é a cerâmica tipo D. Além de possuir defeitos visíveis, as peças dessa linha não tem garantia de resistência do fabricante. Para as cerâmicas do tipo A, provavelmente haverá também uma indicação de qualidade conforme a NBR 13.818/97. E lembre-se: azulejo de parede não pode ser usado como piso.

Escolher a Argamassa Correta

Para colar porcelanato e cerâmica são utilizadas argamassas diferentes. Procure na embalagem do piso a indicação da argamassa ou veja também nos pacotes de argamassa para que pisos elas servem. Se utilizar uma argamassa incorreta, o piso vai soltar.

Cuidado com o Rejunte

Preste atenção no espaço entre as placas (largura do futuro rejunte). Não deixe ele ser mais fino do que o tipo de piso permite, mesmo se achar o rejunte fininho mais bonito. Na caixa sempre há indicação da largura da junta. Se não, o piso vai soltar ou trincar. Para acertar na largura dos rejuntes, existem peças chamadas espaçadores. Seu pedreiro tem que solicitar ou trazer vários.

Dicas

  • Para assentar o piso com perfeição e garantir resistência, utilize rejunte e argamassa adequados para o tipo de cerâmica ou porcelanato que será assentado.
  • A mão de obra especializada também faz toda a diferença na qualidade do assentamento, durabilidade e resultado.
  • A limpeza deve ser feita com produto apropriado. Porcelanatos são mais sensíveis a produtos químicos que cerâmicas, por isso é importante utilizar produtos de limpeza específicos para este tipo de piso.
  • Compre 10% ou 15% a mais da quantidade estimada para a reforma. Servirá para manutenção e reparos futuros.

FICHA TÉCNICA

Composição

Porcelanato: Porcelana e outros minerais (argila, feldspato, areias, filitos, caulins e alguns aditivos).
Cerâmica: Argila.

Aparência

Porcelanato: mais sofisticada, pois o produto tende a ser mais denso, homogêneo e com aspecto vitrificado.
Cerâmica: mais rústica, pois o produto tende a ser mais poroso e menos homogêneo.

Brilho

Porcelanato: Brilho polido.
Cerâmica: Brilho discreto e rústico.

Rejunte

Porcelanato: Menos espessos. Pode ser feito com junta seca.
Cerâmica: Mais espessos. Rejunte convencional.

Características

Porcelanato: Denso, resistente (resistente à abrasão e indicado para ambientes com alta circulação de pessoas), pouco poroso (baixa absorção de água) e com maior durabilidade.
Cerâmica: Frágil, poroso (alta absorção de água) e com menor durabilidade.

Limpeza

Porcelanato: Utilizar pano umedecido e sabão/detergente neutro.
Cerâmica: Varrer/aspirar, usar pano bem molhado e secar imediatamente, evitando manchas.

https://youtu.be/qpOaOhJ36Kg

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